Vaticano anuncia que dois cardeais não votarão no conclave devido a questões médicas

O Vaticano anunciou nesta terça-feira (29) que dois cardeais não participarão do conclave agendado para o próximo dia 7 de maio, onde será escolhido o novo papa da Igreja Católica. O espanhol Antonio Cañizares Llovera e o bósnio Vinko Puljic, ambos com mais de 80 anos, foram retirados da lista de votantes por motivos de saúde. A ausência dos cardeais já havia sido anunciada na semana passada por ambos, conforme noticiado pela agência de notícias norte-americana Associated Press.

O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, confirmou que as ausências foram oficialmente registradas e que, com isso, o número de cardeais aptos a votar no conclave foi reduzido para 133. Originalmente, a lista de votantes contava com 135 cardeais, sendo que apenas aqueles com menos de 80 anos têm direito a participar da eleição papal. A Igreja Católica possui um total de 252 cardeais.

O conclave acontecerá na Capela Sistina, onde os cardeais deverão votar secretamente para escolher o novo papa. Para que um candidato seja eleito, ele deve receber dois terços dos votos. Caso o número de cardeais presentes no conclave se mantenha em 133, o candidato eleito precisará obter pelo menos 89 votos para garantir a vitória.

As votações ocorrerão até quatro vezes por dia, com duas sessões pela manhã e duas à tarde. Se, após o terceiro dia, a eleição ainda não for concluída, será feita uma pausa de 24 horas para orações. Uma nova pausa poderá ser convocada após sete rodadas sem um eleito. Se após 34 votações o papa não for escolhido, os dois cardeais mais votados disputarão um “segundo turno”, com a exigência de que um deles atinja novamente dois terços dos votos.

Frei Betto, frade dominicano, afirmou à GloboNews que o próximo papa tende a ser de centro à direita. Segundo ele, o papa Francisco governou a Igreja com uma visão progressista, mas ao mesmo tempo conservadora. A maioria dos cardeais que irão participar do conclave foi nomeada por Francisco, totalizando 108, enquanto os demais votantes foram indicados pelos papas Bento XVI e João Paulo II.