Estudo: Alta tributação sobre tabaco pode salvar milhares de vidas infantis

Estudo: Alta tributação sobre tabaco pode salvar milhares de vidas infantis

Estudos revelam que a exposição ao tabaco, seja no útero ou passivamente durante a infância, causa cerca de 200 mil mortes anuais de crianças menores de 5 anos em todo o mundo. Apesar de ser um problema completamente evitável, a mortalidade segue alta, especialmente em países de baixa e média renda, que respondem por 90% das mortes infantis relacionadas ao tabagismo.

Uma pesquisa recente mostra que essas nações concentram a maior quantidade de fumantes e enfrentam altos índices de exposição infantil à fumaça secundária. Os pesquisadores destacam que, embora os impostos sobre o tabaco tenham aumentado, a alíquota de muitos países ainda não atinge o nível recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 75% sobre o valor de varejo do cigarro. O estudo aponta que, se todos os países analisados tivessem alcançado esse patamar em 2021, seria possível evitar mais de 281 mil mortes de crianças, sendo quase 70 mil entre as famílias mais pobres.

No Brasil, as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o cigarro são superiores à recomendação da OMS, alcançando cerca de 83%. No entanto, a pesquisa alerta que a política de preços e impostos no país sofreu estagnação desde 2017, resultando em uma queda no preço real do cigarro e no aumento do consumo entre adolescentes. Apesar dos avanços, como o recente reajuste no preço mínimo da cartela de cigarros, especialistas defendem que o aumento da tributação precisa ser contínuo e ajustado à inflação para continuar efetivo na redução do consumo e da mortalidade infantil associada ao tabaco.

O pesquisador André Szklo, do Instituto Nacional do Câncer (INCA), enfatiza a importância de uma política tributária robusta para combater o tabagismo, especialmente entre as populações de baixa renda, onde a maior parte dos fumantes está concentrada. Além disso, a criação de um imposto seletivo sobre produtos nocivos à saúde, como o tabaco, também é vista como uma medida necessária para desestimular o consumo e reduzir os impactos negativos na saúde pública.

Em meio a esses desafios, o estudo reforça a importância de medidas eficazes para diminuir as disparidades de saúde relacionadas ao tabaco, destacando que a implementação de políticas de controle pode salvar inúmeras vidas, principalmente de crianças em situação de vulnerabilidade.

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