Delegado e esposa são investigados por desvio de mais de R$ 2 milhões em Goiás
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) investiga o delegado da Polícia Civil Dannilo Ribeiro Proto e a esposa dele, Karen de Souza Santos Proto, por suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de recursos públicos que teria ultrapassado R$ 2,2 milhões. O caso envolve contratos firmados com escolas estaduais em Rio Verde.
Na última quinta-feira (21), a Operação Regra Três foi deflagrada para cumprimento de um mandado de prisão e 17 de busca e apreensão em Rio Verde e Goiânia. A ação foi coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco Sul), com apoio da Polícia Civil e da Controladoria-Geral do Estado.
De acordo com o MP-GO, o casal é sócio do Instituto Delta Proto (IDP), que teria sido beneficiado em contratos de reformas de escolas, impressão de material didático e até na realização de um concurso público da Câmara de Rio Verde. Desde 2020, pelo menos 40 contratos sem licitação teriam sido fraudados para favorecer a entidade.
A Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias e a apreensão de bens dos investigados como tentativa de recuperar parte do valor desviado. Ao todo, participaram da operação 19 promotores, mais de 20 servidores e cerca de 80 policiais e agentes de segurança. Esta foi a primeira ação do Gaeco Sul, criado em 2024 para reforçar o combate ao crime organizado no interior do estado.
Em nota, a defesa do casal e do Instituto Delta Proto informou que ainda não teve acesso integral aos autos da investigação e, por isso, não se manifestaria sobre o mérito do caso. O advogado acrescentou que a instituição segue funcionando normalmente, com aulas e atividades em andamento.
O delegado Dannilo Proto já havia sido investigado em 2015, quando foi afastado do cargo por suspeita de corrupção. Na época, foi acusado de cobrar cerca de R$ 10 mil de um fazendeiro que havia recuperado gado roubado. Ele negou a acusação e afirmou que parte do valor foi utilizada para melhorias na unidade policial.
A Polícia Civil de Goiás declarou, em nota, que prestou apoio ao MP-GO na operação e reafirmou seu compromisso com a legalidade, a transparência e o esclarecimento dos fatos. A corporação informou ainda que o caso está sob análise da Corregedoria.
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