MP de Goiás chama onda de reclamações contra empresa de Virginia Fonseca de “drama humano”

MP de Goiás chama onda de reclamações contra empresa de Virginia Fonseca de “drama humano”

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) ajuizou, na última quarta-feira (8), uma ação civil pública contra a empresa de cosméticos WePink, marca da influenciadora Virginia Fonseca, pedindo o pagamento de indenização por danos morais coletivos no valor mínimo de R$ 5 milhões. A medida foi motivada por uma série de reclamações de consumidores que afirmam ter sido lesados pela marca em compras realizadas on-line.

Na petição, o promotor de Justiça Élvio Vicente classificou o caso como um “drama humano coletivo”, destacando o número expressivo de queixas. Segundo o MP, 90.856 reclamações formais foram registradas em 2024, revelando, segundo a promotoria, um cenário de “total descaso pós-venda”.

“Seduzidos pela confiança depositada em influenciadora de renome nacional, realizaram compras legítimas, mas depararam-se com a realidade brutal de total descaso pós-venda: produtos jamais entregues, atendimento inexistente, reembolsos ignorados sistematicamente, canais de comunicação propositalmente obstruídos”, diz o trecho da ação.

Entre as principais irregularidades relatadas pelos consumidores estão a falta de entrega de produtos, com casos de espera superior a sete meses; atrasos generalizados nas remessas; dificuldades para reembolso; atendimento automatizado e ineficaz, responsável por apenas 30% das respostas aos clientes; além da remoção de críticas nas redes sociais e a entrega de cosméticos com defeito ou fora do padrão anunciado.

O Ministério Público solicita que a WePink e seus sócios — incluindo Virginia Fonseca — sejam responsabilizados solidariamente e obrigados a:

Entregar todos os produtos adquiridos e não recebidos pelos consumidores identificados, em prazo a ser determinado pela Justiça;

Substituir produtos com defeito ou reembolsar integralmente os valores pagos;

Arcar com a indenização coletiva de pelo menos R$ 5 milhões, valor a ser revertido ao Fundo Estadual de Defesa do Consumidor.

O que diz a empresa

Durante reunião realizada em 24 de junho de 2025, na 70ª Promotoria de Justiça de Goiás, representantes da WePink apresentaram números que, segundo eles, demonstram o compromisso da marca com as entregas. A empresa informou que, entre 1º de janeiro e 31 de maio de 2025, foram registradas 1,98 milhão de vendas, das quais 94% foram entregues. Outros 3,7% estariam em rota de entrega; 0,73% ainda atrasadas; 0,59% aguardando coleta pela transportadora; 0,49% devolvidas ao remetente; e 0,36% canceladas a pedido dos consumidores.

Os representantes também relataram que, entre maio de 2024 e maio de 2025, houve 363.662 vendas apenas em Goiás, com 15% de atrasos nos despachos, o que representa aproximadamente 54 mil casos.

A WePink afirmou que 85% das compras são entregues dentro do prazo e atribuiu os atrasos a fatores externos, como aumento na demanda, problemas logísticos, falhas das transportadoras e erros no preenchimento de endereços pelos clientes. Também mencionou situações em que consumidores não foram encontrados no local de entrega.

A ação agora segue para análise da Justiça, que decidirá sobre o pedido de indenização e as demais medidas solicitadas pelo Ministério Público.

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