EUA confirmam 1º caso humano de infestação por verme parasita comedor de carne

EUA confirmam 1º caso humano de infestação por verme parasita comedor de carne

Autoridades de saúde dos Estados Unidos confirmaram o primeiro caso humano de infestação por um verme parasita comedor de carne no país. O registro ocorreu em 4 de agosto e envolve um paciente que havia retornado recentemente de uma viagem a El Salvador. O diagnóstico foi de miíase causada pela mosca varejeira do Novo Mundo (Cochliomyia hominivorax), considerada uma infestação rara e agressiva.

O que é a mosca varejeira do Novo Mundo

A espécie pertence à família Calliphoridae e se diferencia de outras moscas por depositar ovos em feridas abertas de animais ou humanos. Suas larvas alimentam-se de tecido vivo, causando danos graves e dolorosos. Essa mosca é encontrada principalmente na América do Sul, América Central e Caribe.

Nos rebanhos, a infestação pode provocar perda de peso, feridas profundas e até morte, trazendo grandes prejuízos econômicos. Em humanos, os sintomas incluem dor intensa, infecção e destruição de tecidos.

Como o caso foi identificado

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA informou que este é o primeiro caso humano de miíase por varejeira do Novo Mundo associado a viagens. A investigação foi conduzida em parceria com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e o Departamento de Saúde de Maryland. As autoridades ressaltam que o risco de transmissão dentro do território americano permanece muito baixo.

Gravidade da infestação

A condição registrada é conhecida como berne, termo aplicado a infecções causadas por larvas de moscas que se desenvolvem na pele ou em orifícios naturais do corpo. No entanto, diferentemente de espécies comuns no Brasil que consomem tecido morto, as larvas da varejeira do Novo Mundo atacam tecido vivo, o que aumenta a gravidade da infecção.

Ação das autoridades

O Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal (USDA) atua em conjunto com agências agrícolas, o Departamento de Estado e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) para conter o avanço da praga. O órgão alerta que, se houvesse um surto em rebanhos americanos, os prejuízos econômicos poderiam superar US$ 100 bilhões (cerca de R$ 550 bilhões).

Prevenção e proteção

Especialistas recomendam atenção especial a pessoas com feridas abertas que viajam para regiões rurais da América Central, América do Sul e Caribe. A prevenção inclui cuidados básicos de higiene, proteção de feridas e vigilância constante em áreas de risco.

As autoridades americanas reforçam que medidas de monitoramento já estão em andamento para impedir que o parasita se estabeleça em território dos EUA.

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