Ligações abusivas de telemarketing continuam a incomodar brasileiros, apesar de bloqueios da Anatel

As ligações insistentes de telemarketing continuam a incomodar milhões de brasileiros, apesar das medidas implementadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Nos últimos dois anos, a agência determinou às operadoras de telefonia o bloqueio de mais de 1 bilhão de números suspeitos de realizar chamadas abusivas.

Mesmo diante desse esforço, o problema persiste. Com mais de 200 milhões de celulares ativos no Brasil, o número de bloqueios representa apenas uma fração das tentativas de contato consideradas irregulares. Segundo técnicos da Anatel, os responsáveis por essas ligações — muitas vezes fraudadores — estão sempre um passo à frente das operadoras e dos órgãos reguladores.

A nova ameaça que preocupa o setor é o chamado spoofing. O golpe utiliza tecnologia para mascarar o número real de quem realiza a chamada, fazendo com que no visor do celular apareça o próprio número do usuário ou até mesmo o de instituições financeiras, como bancos. A prática explora vulnerabilidades das redes de telecomunicações e tem dificultado a identificação e o bloqueio eficaz desses contatos.

“Essa insistência nas ligações abusivas já ocorre há pelo menos dois anos. Foram mais de 1 bilhão de chamadas bloqueadas apenas nesse período. Implementamos uma série de obrigações para que as operadoras identifiquem usuários que ultrapassam o limite de chamadas permitidas, mas é um processo em constante evolução”, afirmou Nilo Pasquali, Superintendente de Planejamento e Regulamentação da Anatel, em entrevista ao programa Contexto Metrópoles.

Para enfrentar o spoofing, a Anatel está em fase de desenvolvimento de um sistema de identificação de chamadas que busca garantir que o número exibido na tela do celular corresponda ao número real de origem da ligação. A expectativa é que, com a nova tecnologia, seja possível aumentar a eficácia no combate às fraudes e reduzir o volume de chamadas abusivas recebidas pelos usuários.